sexta-feira, 4 de maio de 2012

HOMENAGEADO DO MES DE MAIO DE 2012


HOMENAGEM A FERREIRA GULLAR


Ferreira Gullar - agência Estado


Esta é uma homenagem a esse poeta
 por ser um dos grandes poetas brasileiros 
 tem como maior sucesso o seu poema denominado 
POEMA SUJO 

Ferreira Gullar - agência Estado
Vamos aos poemas dedicados aos 
'BUNDA SUJA' 
em homenagem a esse grande poeta

Ferreira Gullar - agência Estado

por Luna Di Primo


Ferreira Gullar - agência Estado

por Ineifran Varão
TAMBÉM REPROVO OS BUNDAS SUJAS


Verdade dita aqui, muito bem dita,
Na qual aqui também eu felicito,
E em cuja taça eu bebo o esquisito
Sabor inigualável da desdita!


Vê-se que é suja a bunda do maldito,
Que sem olhar pro lado não medita,
Apóia-se no erro e extradita,
Sem comprovar o todo que foi dito!


Das mentes mentirosas e imundas
Vem a sujeira dessas muitas bundas,
Trazida pela inveja que é uma merda!


Mas “torna-se à soleira”, diz o poema,
Quem traz a inveja em si, como um emblema,
Soberba e crueldade de quem herda!

Ferreira Gullar - agência Estado
por Jamil Luz 

"DEMÓSTENES TORRES".

Sujou a bunda,

sentando, no colo,
da cachoeira retunda,
de 171 com dolo.

Com a bunda suja,

agora não pode sentar,
cheia de rabuja,
sua cadeira parlamentar.

Bunda suja,sujou a bunda,

por dinheiro sujo e fácil,
a CPI agora circunda,
sua ficha vulnerável.

Nem tente mentir,

oh bunda suja,
a PF vai te seguir,
mesmo que você fuja...






por Ineifran Varão


Homenagear poeta
Como Ferreira Gullar
É que nem ir a um profeta
E nada lhe perguntar,
Porque o respeito é tão grande
Que a distância se expande
E vem a nos acanhar!

Mas, acanhado ou não,
Quero aqui estar presente,
Pois, também do Maranhão,
Mesmo não sendo parente,
Orgulho-me do Gullar,
Do jeito de poetar,
Que só nos deixa contente!

O poeta que se presa
Traz a elegância ao falar!
Não precisa fazer reza,
Nem a outro imitar!
Basta-lhe ser verdadeiro,
Ser real e lisonjeiro,
Como Ferreira Gullar!

Não levar nada pra casa,
Que não seja de valia!
Quem quer voar cria asa
Já dizia minha tia,
Que adorava serenata,
Leite mugido ou com nata,
Mas, sem barriga vazia!

Ser um poeta de peso,
Como Ferreira Gullar,
Não precisa ser obeso
(osso também faz pesar),
Mas, ter idéias profundas
(não tem nada a ver com bundas)
E usá-las ao versejar!

Citar sua obra completa
Não há mais necessidade,
Pois ele é o maior poeta
Da contemporaneidade!
Merece ser destacado,
Não por ter sido exilado,
Mas por sua qualidade!

Que nasçam outros Gullares
Seria pedir demais,
Mas, que entre em todos os lares
Os seus versos geniais...
Sejam limpos... Sejam Sujos...
E vivam os ditos cujos
Da história nos seus anais!


"FERREIRA GULLAR"{Por Jamil Luz}.

F'erro e fogo em poesia,
tens no pensamento,
E'sse homem de valia,
faz o nosso crescimento,
R'eportas para o coração,
de modo fácil inteligente,
R'esultando à atençao,
para um povo crescente.
E'lemento culto e poético,
naquilo que escreve e diz,
I'ntelecto puro e ético,
em tudo que condiz.
R'azão dessa homenagem,
que a Luna di Primo fez,
A' esse poeta de coragem,
por toda a sua altivez.

G'oza a vida poetando por aí,
cada vez ensinado mais,
U'nico que não deixa cair,
e nada deixa para traz.
L'iberdade uma vez o tiraram,
por ser talentoso como é,
L'utou até que respeitaram,
sua graça seu carinho e fé.
A'mor por essa pátria querida,
fez de nós,para tanto te gostar,
R'ecuperando bem a sua vida,
assentando no seu devido lugar.


Ferreira Gullar - agência Estado
Trouxe esse estudo para ilustrar nossa homenagem e aprendermos um pouco com esse estudo/análise do POEMA SUJO de Ferreira Gullar



POR DIOGO ANDRADE DE MACEDO*

Traços estilísticos de Ferreira Gullar em 
Poema sujo, 1976

Toda obra literária autêntica revela o poder de expressão de seu autor. Essa capacidade de transformar em linguagem a experiência interior requer, por parte do artista, sensibilidade para reconhecer a inseparável relação entre esse universo íntimo, de onde brota a verve, a habilidade pessoal de transmutar em linguagem esse magma disperso, e a experiência exterior, que servirá como alimento permanente desse fluxo de vida capaz de fazer do poeta um moinho a gerar sempre novos significados em sua relação com o mundo. É bem verdade que situações históricas relevantes foram imortalizadas em grandes obras por artistas que sabiam, como o poeta Ferreira Gullar, com o Poema Sujo, exprimir com mestria os sentimentos que a realidade suscita no homem sensível, sempre alerta e consciente de sua participação como ser social.

Publicado em 1976, Poema Sujo é considerada a obra mais ousada de Ferreira Gullar. Produzido no exílio, em Buenos Aires, surgiu da necessidade de, como ele mesmo afirmou, "escrever um poema que fosse o meu testemunho final, antes que me calassem para sempre". Numa época de forte repressão política, Gullar sentia-se acossado pela ânsia de rememorar o passado e a dificuldade de expressar, em linguagem poética, o universo interior, o que transparece, logo nos primeiros versos, no nível formal do texto:

turvo turvo
a turva
mão do sopro
contra o muro
escuro
menos menos
menos que escuro
menos que mole e duro menos que fosso e muro: [menos que furo
escuro
mais que escuro:
claro
como água? Como pluma? Claro mais que claro claro: coisa alguma
e tudo
(ou quase)
um bicho que o universo fabrica e vem sonhando [desde as entranhas
Há, nessa passagem, o uso consciente de vogais e consoantes que sugerem um conflito entre o desejo pela expressão exata e a impossibilidade de transpor para o verso as impressões da vida real. Esse embate repercute na utilização das consoantes oclusivas [t] e [p], que reproduzem sons fortes e pesados, mostrando que o poema começa a se revelar, mas ainda se acha à mercê dos óbices de transformar em linguagem poética a experiência profunda, armazenada como sentimentos, emoções e recordações. Por outro lado, as vogais [o] e [u] também causam a sensação de fechamento e escuridão, sem mencionar que a palavra muro realça esse labor com a linguagem.

Logo em seguida aparecem outros recursos estilísticos que demonstram a superação das primeiras barreiras. O jogo de antíteses (escuro x claro, menos x mais, mole x duro) reforça uma ambigüidade: ora a imagem emerge espontânea, ora se esconde no pensamento. No primeiro caso, brotam do interior como uma explosão, ou seja, "como um bicho que o universo fabrica e vem sonhando desde as entranhas". No entanto, em certo momento, os versos fluem com mais nitidez e as palavras revelam imagens mais consistentes:

Claro claro
Mais que claro
Raro
O relâmpago clareia os continentes passados
Em razão de uma originalidade sempre buscada (Gullar, de certa forma, antecipou o Movimento Concretista, de 1956, com os poemas do final do livro A Luta Corporal, de 1954), no Poema Sujo ele se esmera na coragem despudorada de revelar explicitamente a sordidez e a impureza do cotidiano humano em passagens insólitas, não raro pungentes, embora amparadas por uma consciência poética que torna esses rompantes expressivos alheios a um simples e pueril desejo de subverter ou chocar. Em alguns momentos, o poeta declara abertamente,
tua gengiva igual a tua bocetinha que parecia sorrir entre [as folhas de
banana entre os cheiros de flor e bosta de porco aberta [como uma boca
do corpo (não como a tua boca de palavras) como uma [entrada para

acentuando uma fixação pelo corpo que se torna o instrumento essencial na interpretação do mundo. Um dos elementos que comprova o vigor poético do livro são as referências ao corpo, escritas numa linguagem prosaica e explosiva, como o que habilita o homem a conviver e explorar, simultaneamente, o mundo da cidade exterior e interior, enriquecendo a obra pela tensão causada pela conciliação de contrários. A matéria corporal contém, por associação ou comparação, os significados do mundo exterior. Assim, inscreve-se no corpo do poeta o que existe no mundo concreto:
e os carinhos mais doces mais sacanas
mais sentidos
para explodir como uma galáxia
de leite
no centro de tuas coxas no fundo
de tua noite ávida
cheiros de umbigo e de vagina
graves cheiros indecifráveis
como símbolos
do corpo
do teu corpo do meu corpo
São recorrentes então as relações entre o "corpo" da cidade e o corpo do poeta, aproximação que confirma ser o corpo aquilo que contém todo o mundo exterior e dele participa com autonomia. Essa presença do corpo em todos os acontecimentos é, na verdade, o reconhecimento de uma consciência formada pela junção de elementos reais e imaginários, concretos e abstratos, revelados numa belíssima metáfora:
meu corpo-galáxia aberto a tudo cheio
de tudo como um monturo
de trapos sujos latas velhas colchões usados [sinfonias
sambas e frevos azuis
Assim, o corpo é o elemento intermediário entre o mundo e a consciência do poeta. Noutra passagem, a tentativa de valorização do corpo como elemento salutar na descoberta do mundo ocasiona a busca, gradativa, pela especificação da própria individualidade:
Mas sobretudo meu
corpo
nordestino
mais que isso
maranhense
mais que isso
sanluisense
mais que isso
ferreirense
newtoniense
alzirense
Por outro lado, a ausência de pontuação marca o fluxo associativo do pensamento que, muitas vezes, aproxima imagens logicamente desconexas. Assim, a eliminação da vírgula reflete a correlação entre os elementos mencionados, fundindo-os em blocos de imagens inusitadas. Como nem sempre se pode distinguir o que é memória e o que é fantasia ou imaginação, essas associações insólitas ocorrem com freqüência devido à natureza recordativa da obra. Na seguinte passagem, é evidente a enumeração caótica, conscientemente utilizada para evidenciar o tom febril e vigoroso do seu tempo:
Era a vida a explodir por todas as fendas da [cidade
Sob as sombras da
Guerra:
A gestapo a wehrmacht a raf a feb a blitzkrieg [catalinas torpedea-
mentos a quinta-coluna os fascistas os nazistas os comunistas o repórter esso a discussão na quitanda o querosene o sabão de andiroba o mercado negro o racionamento o blackout as montanhas de metais velhos o italiano assassinado na Praça João Lisboa o cheiro de pólvora os canhões alemães troando nas noites de tempestade por cima da nossa casa. Stalingrado resiste.


É desse modo que o poeta amalgama, numa estrutura dissonante e fragmentária, evocações da infância e da juventude na cidade de São Luís do Maranhão, na tentativa de reviver o passado no presente para, assim, reconstituir um mundo em que a imaginação e a realidade se confundem de modo condensado e comovente. Tendo em vista a multiplicidade de lembranças e associações que ora atualizam o passado, ora relembram o presente, o poeta criou o que alguns críticos denominaram "poema do simultâneo", já que o limite entre a imaginação e a realidade se dissolve e tudo se atualiza em forma de diálogo interior. Nesse sentido, mais uma vez os sinais de pontuação desaparecem em favor de uma técnica moderna de enumeração que transporta para a linguagem o fluxo sempre caótico da mente inconsciente, como na passagem que relembra

constelações de alfabeto
noites escritas a giz
pastilhas de aniversário
domingos de futebol
enterros corsos comícios
roleta bilhar baralho
ou então quando o poeta fixa imagens isoladas que rememoram um mundo primitivo e inocente, evocado pela presença constante do corpo como depósito da experiência vivida:
Mas a poesia não existia ainda
Plantas. Bichos. Cheiros. Roupas.
Olhos. Braços. Seios. Bocas.
Vidraça verde, jasmim.
Bicicleta no domingo.
Papagaios de papel.
Retreta na praça.
Luto.
Homem morto no mercado
sangue humano nos legumes.
Mundo sem voz, coisa opaca.

Mais que isso, essa simultaneidade de imagens e lembranças, capaz de fomentar um diálogo constante entre elementos do tempo e do espaço, tem um objetivo: a superação do tempo pela concretização de tudo aquilo que, cotidiano ou não, garante um olhar mais apurado e crítico da própria existência, daí a impossibilidade de separação entre o que é memória, fluxo de consciência e cronologia. É isso, aliás, que caracteriza a universalidade de Poema Sujo: a transcendência do espaçotempo, fundidos na consciência e eternizados numa linguagem realista e ao mesmo tempo psicológica, lírica e cinematográfica, que aglutina o universo vivido.

Com um realismo quase sempre doloroso, Gullar elabora um dos temas mais caros de sua poética, também presente no Poema Sujo: a fragmentação e a temporalidade das coisas e dos homens, ou seja, a evidente submissão do homem ao tempo, que a tudo destrói impiedosamente. Por exemplo,
Numa coisa que apodrece
--- tomemos um exemplo velho:
uma pêra ---
o tempo
não transcorre nem grita,
antes
se afunda em seu próprio abismo,
se perde
em sua própria vertigem,
mas tão sem velocidade
que em lugar de virar luz vira
escuridão;

A intertextualidade é evidente, nesta passagem, com o poema As peras, de A Luta Corporal:
As peras, no prato,
apodrecem.
O relógio, sobre elas,
mede
a sua morte?
Paremos a pêndula. De-
teríamos, assim, a
morte das frutas
Oh as peras cansaram-se
de suas formas e de
sua doçura ! As peras,
concluídas, gastam-se no
fulgor de estarem prontas
para nada.
O relógio
não mede. Trabalha
no vazio: sua voz desliza
fora dos corpos.
(…)
Além disso, o isolamento deliberado de algumas palavras realça e concretiza cada uma delas, criando assim novos níveis de significação vocabular. Em alguns trechos, o autor se vale de recordações da infância em passagens que se assemelham a jogos infantis, verdadeiros momentos lúdicos em que a assimetria do texto acompanha a espontaneidade sempre presente nesses jogos, destituídos de qualquer rigor coercitivo:

café com pão
bolacha não
café com pão
vale quem tem
vale quem tem
vale quem tem
vale quem tem
nada vale
quem não tem
nada não vale
nada vale
quem nada
tem
neste vale
Percebe-se que o poeta distribui as palavras de acordo com o movimento melódico do verso, subtraindo as formas tradicionais de versificação. Por isso, as onomatopéias, recorrentes na obra, causam estranheza ao leitor desavisado, que se surpreende com certas reproduções auditivas, como
tarã TARÃ TARÃ TARÃ
tchi tchi tchi tchi tchi
TARÃ TARÃ TARÃ TARÃ
Lá vai o trem com o menino
Lá vai a vida a rodar
(…)
VAARÃ VAARÃ VAARÃ VAARÃ
tuc tchuc tuc tchuc tuc tchuc
IUÍ IUÍ IUÍ IUÍ IUÍ
tuc tchuc tuc tchuc tuc tchuc
lará lará larará
lará lará larará
lará lará larará lará lará larará
Esses recursos auditivos transmitem o despojamento de uma consciência poética atenta ao aspecto intuitivo, àquilo que não é pensado, mas sentido e, por isso, alheio a regras gramaticais. É a ousadia de reconhecer o valor imaginativo das associações sonoras porque, no Poema Sujo, nada é proibido, tanto que as lembrancimagens refletem o processo de simultaneidade responsável, em muito, pelo caráter polissêmico do livro. Há quem reconheça a obra como um "poema da memória", embora não haja uma visão idealizada de sua cidade, nem a fuga em reconhecer que a miséria se esconde tanto nas relações sociais e políticas no interior do homem moderno, angustiado pelo eterno descompasso entre a realidade e o sonho que, embora suavize o sofrimento, ainda esconde, de certa forma, o real circundante. Esse descompasso se camufla em comparações que denunciam as correspondências entre as coisas e os homens, ou seja, uma coisa, de certa forma, está em outra:
O homem está na cidade
como uma coisa está em outra
e a cidade está no homem
que está em outra cidade.
mas variados são os modos
como uma coisa
está em outra coisa:
o homem, por exemplo, não está na cidade
nem como uma árvore
está em qualquer uma de suas folhas

Assim, a vida vige no interior de cada objeto e de cada homem, emergindo, no poema, em imagens comparativas que tentam superar a dificuldade de esclarecimento tanto da linguagem quanto do sentido da existência humana. Por exemplo, no trecho
Nalgum ponto do corpo (do teu? do meu
corpo ?)
lampeja
o jasmim
o isolamento de lampeja acentua o poder de significação desse vocábulo que se mostra, assim, marcado pela sensação do descobrimento abrupto de um enigma.

Como bem afirmou o crítico Otto Maria Carpeaux, o Poema Sujo mereceria ser chamado de poema nacional, porque "encarna todas as experiências , vitórias, derrotas e esperanças da vida do homem brasileiro". É necessário, então, reconhecer Ferreira Gullar como um autêntico poeta que permeia o poema com o tom lírico humanizador vazado numa melodia que, como ele mesmo dizia, é capaz de "encontrar a expressão universal da coisa particular".

A força poética da obra gullardiana reside, portanto, na qualidade das sugestões psicológicas, no emprego inusitado da palavra e na capacidade de, como o próprio autor afirma, "explodir a linguagem" em versos que marcaram, pela singularidade, os rumos da criação poética brasileira. Isso sem mencionar a dignidade e sinceridade com que assume a dureza da existência humana e a transfigura em poemas que evocam não apenas o universo paradisíaco da infância, mas também inscrevem um novo sentido ético, que seguramente nos torna mais conscientes dos mistérios de existir num mundo que, como diz Gullar, "espanta e comove".
NOTAS
* Diogo Andrade de Macedo é estudante do Curso de Letras/Português da Universidade Federal do Piauí.
 http://www.mafua.ufsc.br/diogo.html


5 comentários:

Ineifran Varão disse...

Homenagem ao poeta FERREIRA GULLAR

Homenagear poeta
Como Ferreira Gullar
É que nem ir a um profeta
E nada lhe perguntar,
Porque o respeito é tão grande
Que a distância se expande
E vem a nos acanhar!

Mas, acanhado ou não,
Quero aqui estar presente,
Pois, também do Maranhão,
Mesmo não sendo parente,
Orgulho-me do Gullar,
Do jeito de poetar,
Que só nos deixa contente!

O poeta que se presa
Traz a elegância ao falar!
Não precisa fazer reza,
Nem a outro imitar!
Basta-lhe ser verdadeiro,
Ser real e lisonjeiro,
Como Ferreira Gullar!

Não levar nada pra casa,
Que não seja de valia!
Quem quer voar cria asa
Já dizia minha tia,
Que adorava serenata,
Leite mugido ou com nata,
Mas, sem barriga vazia!

Ser um poeta de peso,
Como Ferreira Gullar,
Não precisa ser obeso
(osso também faz pesar),
Mas, ter idéias profundas
(não tem nada a ver com bundas)
E usá-las ao versejar!

Citar sua obra completa
Não há mais necessidade,
Pois ele é o maior poeta
Da contemporaneidade!
Merece ser destacado,
Não por ter sido exilado,
Mas por sua qualidade!

Que nasçam outros Gullares
Seria pedir demais,
Mas, que entre em todos os lares
Os seus versos geniais...
Sejam limpos... Sejam Sujos...
E vivam os ditos cujos
Da história nos seus anais!

Fonte de Luz disse...

"FERREIRA GULLAR"{Por Jamil Luz}.

F'erro e fogo em poesia,
tens no pensamento,
E'sse homem de valia,
faz o nosso crescimento,
R'eportas para o coração,
de modo fácil inteligente,
R'esultando à atençao,
para um povo crescente.
E'lemento culto e poético,
naquilo que escreve e diz,
I'ntelecto puro e ético,
em tudo que condiz.
R'azão dessa homenagem,
que a Luna di Primo fez,
A' esse poeta de coragem,
por toda a sua altivez.

G'oza a vida poetando por aí,
cada vez ensinado mais,
U'nico que não deixa cair,
e nada deixa para traz.
L'iberdade uma vez o tiraram,
por ser talentoso como é,
L'utou até que respeitaram,
sua graça seu carinho e fé.
A'mor por essa pátria querida,
fez de nós,para tanto te gostar,
R'ecuperando bem a sua vida,
assentando no seu devido lugar.

LunasCafePoetico disse...

Fico observando... tantos se dizem poetas... mas onde estão os poetas? por quê não veem prestigiar este? Aqui esta aberto a todos...

VILMA ORZARI PIVA disse...

Olá Luna, vim aqui conhecer o teu esspaço e gostei muito!Bela homenagem ao Poeta e que também nos dá a oportunidade de aprendermos com esse estudo aqui postado. Parabéns, Luna !Te sigo! Beijos!

Jussara Neves Rezende disse...

Luna,
demorei, mas cheguei... a tempo de encontrar esta bela homenagem ao Ferreira Gullar! Que espetáculo! Um rico material - amei!
Bjo&Carinho da
Jussara

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Obrigada pela visita... Sente-se para um café.
Beijos de Luna

Para poupar o leitor de pessoas com caráter deficiente, o comentário, agora, é moderado.